Nome do/a aluno/a: Bárbara Silva da Rocha
Orientador/a: Anna Paula Uziel
Ano: 2019
Banca: Profª. Dra. Anna Paula Uziel (Orientadora) Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; Prof. Dr. Jorge da Silva Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ ; Prof. Dr. Pedro Paulo Gastalho de Bicalho Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Prof. Dr. Thiago Benedito Livramento Melicio Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Profª. Dra. Silvia Ramos de Souza Universidade Cândido Mendes – UCAM.
Resumo: As abordagens policiais são situações cotidianas entre parte da população e a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. No encontro diário com as inúmeras pessoas que cortam as ruas e avenidas da cidade, ao policial militar é demandado o reconhecimento, quase que imediato, de qualquer indício que sua experiência entender como destoante da manutenção da ordem na dinâmica dos espaços públicos. O presente trabalho anseia acompanhar as forças e fluxos que compõem o processo de construção da suspeita em ações de abordagem pela polícia na capital fluminense. Para tanto, foram realizadas vinte e quatro entrevistas com homens da Polícia Militar e jovens rapazes que vivenciaram a experiência de abordagem, respectivamente, na condição de agente operador da lei e de suspeito. As análises aqui propostas são orientadas pela metodologia cartográfica e amparadas pelos conceitos teóricos da pesquisa-intervenção desenvolvida, dentre outros, por Gilles Deleuze, Félix Guattari e Suely Rolnik. Deste modo, não se pretende incorrer em denuncismos ou perseguir culpados, mas apontar e provocar tensionamentos nas estruturas enrijecidas visando fazer emergir novas matérias de expressão. A pesquisa almeja, ainda, colocar em análise a política de guerra às drogas que parece justificar e nortear as ações de segurança e, portanto, o modo de funcionamento das práticas de policiamento ostensivo e preservação da ordem pública afiançadas no recrudescimento punitivo sob o viés racista que estrutura o país. Neste sentido, os jovens negros, sobretudo das áreas favelizadas, indicam ser os alvos preferenciais das malhas de captura que, seletivamente, restringem direitos à medida que os expõe a situações de maior vulnerabilidade. Finalmente, a partir da constatação da ausência de conteúdo definidor preciso em lei que garanta a prática, a noção de tirocínio, habilidade própria aos agentes de polícia, permite movimentar e fazer pensar que subjetividades têm sido produzidas e atualizadas quando do processo de construção da suspeita em ações de abordagem.
Link da biblioteca: http://catalogo-redesirius.uerj.br/sophia_web/index.asp?codigo_sophia=266926